Minas de pedras gerais
bem no meio do caminho tem
pedras que movem poesias
que o tempo não há de apagar
estradas de pedras reais
pedra azul, pedra bonita, indaiá
dourada, o ouro das minas
barroca, a matriz do cantar
pedra miúda, de gente sofrida
pedra que risca vermelho-minério
o mineiro que grita:
somos frutos das pedras
somos força que a terra nos dá
somos filhos das serras
somos valsa mineira a bailar
pedras de quase lugar
dos tropeiros, da vereda ao luar
pedras que gravam estórias
que o mundo e o sertão vêm contar
pedra lascada é sinal
de conquistas, sob dor e oração
sangue, suor, choro negro
persistem nas pedras sabão
pedra que brilha, palavras tão vastas
rio das pedras que do alto cai e deságua
travessias irão nos guiar
somos frutos das pedras
somos força que a terra nos dá
somos filhos das serras
somos valsa mineira a bailar
somos pó dessas terras
temos fé no que a pedra nos dá
somos filhos das serras
somos valsa mineira a bailar